Primeira resenha que faço. Não
sei por que mas sempre tive certo medo em escrever resenhas. As palavras faltam
ou era apenas medo de não fazer jus ao livro pretendido. Mas acredite ou não,
criei coragem ao ler hoje (12/11/2012) uma matéria do mês de setembro de 2011
que falava sobre o ENEM. Havia uma matéria de uma menina, nota mais alta da
redação em 2010, onde ela disse que para se dar bem em redação tem que praticar
a leitura e escrita.
Oras bolas, eu sou formada em
Letras. Adoro redações e gosto de brincar com as palavras. Que se dane o jus ao
livro nesse princípio. Não há maneira melhor de fazê-lo sem treinar, treinar e
treinar. E cá estou, treinando uma resenha do livro O Mundo de Vidro, de
Maurício Gomyde.
Eu disse que se dane o jus ao
livro, mas a verdade é que queria fazer esse tal jus a esse livro, porque
gostei muito, por isso o escolhi. Nunca fui fã de literatura nacional, exceto
os imortais da nossa Literatura, tais como: Machadinho, Drummond, Oswald. Esses
tem meu eterno respeito e admiração. Mas os novatos é que me preocupavam. Eu
não entendia porque para ser lembrado e considerado “Imortal da Literatura” o
cara tinha que estar morto. Ele não pode ser bom enquanto vivo e sua obra ser
considerada imortal?
A resposta encontrei assim que li
a obra de Gomyde. Na verdade escritor bom não precisa estar morto para ser
considerado realmente bom e se tornar um Imortal. Meu preconceito com os
novatos me impedia de ver isso. Para mim, bom era Machado de Assis. Morto.
Não deixei de admirar o
Machadinho. Mas agora tenho mais alguns nomes na minha lista de bons
escritores, e nessa lista inclui o nome de Maurício Gomyde. Escritor nascido em
São Paulo, atualmente vivendo em Brasília. Além de escritor é músico, e está
vivo!
Li apenas um de seus livros, o
primeiro. O Mundo de Vidro, que ganhei do próprio autor que me enviou por
correio. Demorei meses para pegar e lê-lo. Burrice. Se soubesse que leitura me
aguardava tinha lido no primeiro instante que o toquei. Agora não hesitarei em
adquirir o restante de sua obra.
Fiz um prólogo de resenha até
aqui. Acho que está na hora de parar com o embromention e começar a dar a luz a
resenha primogênita. Mas como não sei bem como começar acho melhor não estragar
e partir da sinopse:
Até onde pode ir a paixão de uma pessoa por outra? Como, quando e por
que começa? Até que ponto pode-se cometer alguma loucura para fazer parte da
vida de alguém? Quais as conseqüências da paixão avassaladora incompreendida? E
quando não se admite a óbvia paixão por outra pessoa? Nesse seu primeiro
romance, Mauricio Gomyde conta a história de duas pessoas, Ele e Ela, tentando
responder estas aparentemente simples perguntas. Passeando com extrema
facilidade tanto pela linguagem refinada e sutil quanto pela tosca, Maurício
Gomyde nos brinda com um livro de leitura fácil e extremamente agradável.
Primeira observação, Maurício foi
muito inteligente e não deu ‘nomes aos bois’. No meio do livro foi que percebi
que não sabia o nome dos personagens na qual estava me apaixonando. Será que
deixei para trás esse detalhe importante? Voltei algumas páginas para achar e
nada encontrei. Essa foi minha primeira frustração com o livro. Eu estava
apaixonada por eles e não sabia como chamá-los. Apelidei-os de Shrek e Fiona,
gosto dos nomes.
Não sei se numa resenha posso
entrar em detalhes, mas preciso falar. Acredito em amor à primeira vista, mas
nunca vi um. E no livro foi retratada tão simples e lindamente. Num metrô, ele
a olhou e se apaixonou. Simples, romântico para qualquer ser sensível como eu,
mas não para Ele. Ele é um cara apático, sem um círculo de amizades e que vê os
fogos de artifício da virada de milênio pela televisão. Quem se apaixonaria por
um cara assim? Totalmente sem graça, e que possui como companhia um papagaio
que chama de Horácio e que depois descobriu se tratar de uma fêmea. Tarde de
mais, era Horácio e pronto. Talvez por isso o papagaio (ou papagaia?) o tratava
tão gentimente: _ Levaaaaaaaanta féla da puta!
O livro é maravilhoso, uma
leitura gostosa de se apreciar e de fácil compreensão. Maurício Gomyde não usa
meios termos ou embromações em sua obra. Ele é direto e preciso. Um romance com
uma pitada de entretenimento. Devem ser das participações de Horácio e Paul
Macartney, o insaciável cachorro tarado Dela.
A minha segunda, última e maior
frustração no livro foi quando Ela começou a receber uns e-mails de um
remetente desconhecido. Eram capítulos que formavam uma história, talvez um
livro. O livro da sua vida. Era desconcertante para ela não saber quem enviava
aqueles lindos e-mails, mas o pior foi para mim que acabei de ler as últimas páginas
e tive uma surpresa que me deixou com aquele vazio no estômago. Sabe aquele
vazio de quando você termina uma leitura, mas parece que ela não terminou ou
faltam páginas no livro? Talvez um segundo livro...
Recomendadíssima a leitura.
Espero que tenham apreciado um pouco da história através desta resenha, que é a
primeira, portanto não sei ao certo se cumpri bem o papel de escritora de
resenhas.
Obrigada e comentem!
quero muitooo ler Gomyde...to apaixonada antes mesmo de ler qq coisa dele.
ResponderExcluirbjao
Primeira resenha? OMG, escreve muito bem!!
ResponderExcluirNão acredito que os personagens não tem nome! Muito legal *-*
Adorei a resenha, quero ler outro livro do autor, mas acho que esse também vai pra lista ^^
Eu li esse livro e gostei muito.
ResponderExcluirhttp://enfimshakespeare.blogspot.com.br/